O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari convoca os trabalhadores da Ford para assembleia-geral, nesta terça-feira (12/1), às 5h30, em frente à montadora, para discutir as deliberações do chão de fábrica após a Ford anunciar de forma inesperada o encerramento da produção de veículos no Brasil.
Em reunião nesta segunda, representantes da Ford na América do Sul fizeram o comunicado aos dirigentes sindicais das bases de Camaçari e Taubaté (SP), sem nenhum espaço para negociação para encontrar outra solução que não fosse o fechamento das unidades no país.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Camaçari, Júlio Bonfim, que esteve na reunião, disse que a Ford foi irredutível e demonstrou claramente que não tem interesse em continuar no Brasil, sendo imediato o fim da produção de veículos. Tanto que o setor de Recursos Humanos confirmou que a Ford já não vai convocar os trabalhadores para mais nenhuma atividade a partir de agora. “O que está em jogo é o emprego direto de cerca de 12 mil trabalhadores. Um dano gravíssimo à economia da Região Metropolitana de Salvador. Por isso, aqui também faço um chamamento ao poder público, ao governo do Estado e prefeituras: o momento agora é de sobrevivência e precisamos de toda unidade”, explica.
Júlio destaca ainda que é indispensável a presença em massa dos trabalhadores de todos os turnos e também de funcionários das empresas de autopeças na assembleia. “Como amanhã já não há produção, a Ford não fará o transporte dos trabalhadores, como de rotina. Assim, todos precisam fazer o que for preciso para comparecer à assembleia na porta da empresa. Vamos fazer um grande ato de protesto, numa grande caminhada em defesa do emprego de milhares de pais e mães de família”.
A Ford estava instalada em Camaçari desde 2001 e durante todos esses anos contou sempre com incentivos fiscais.
“O encerramento pegou todos de surpresa. Após quase duas décadas lucrando em Camaçari, a Ford fecha as portas sem nenhuma negociação, numa situação lamentável e de completo desrespeito com os milhares de trabalhadores”, diz Bonfim.
