A Ford ainda não apresentou uma proposta justa de reparação, diante dos danos causados em função do encerramento das atividades da fábrica. Além das verbas rescisórias devidas aos funcionários, a Ford, com o fechamento da única montadora da Bahia, causa uma série de prejuízos incalculáveis no mercado de trabalho não só de Camaçari, mas de toda Região Metropolitana de Salvador.
Além do desemprego em massa de milhares de pais e mães de família que dependiam diretamente do trabalho na montadora para sobreviver, o fim das operações da Ford na cidade foi responsável por um efeito cascata ao exterminar diversas atividades que também existiam em função da montadora, que estava instalada há 20 anos na cidade.
O fechamento inesperado da fábrica pegou todos de surpresa e com certeza vai dificultar a reinserção dos milhares de trabalhadores no mercado de trabalho, tudo isso em meio a um grave ambiente de crise econômica, social e sanitária, com alto índice de desemprego na sociedade.
O Sindicato pleiteia que a empresa apresente na próxima negociação uma proposta viável, que contemple o pagamento de um valor fixo, mais salários adicionais por ano trabalhado e extensão do plano de saúde, para que, desta forma, essa nova proposta possa ser avaliada pelos trabalhadores em assembleia.
Na última reunião, realizada nesta quinta-feira (18/3), com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, a Ford informou que apresentará Programas de Recolocação e de Requalificação da Mão de Obra aos trabalhadores, por meio do Senai, para que possam ter a oportunidade de se capacitarem, facilitando o retorno ao mercado de trabalho.
Novas reuniões foram agendadas para a próxima semana. “Esperamos que a Ford apresente uma proposta que possa ser levada para assembleia, uma proposta viável diante do caos gerado por ela mesma com o fechamento da unidade”, explica Júlio Bonfim, presidente do Sindicato.