Um levantamento do centro de pesquisa The Conference Board, com sede em Nova York, revelou que quatro em cada dez presidentes-executivos de multinacionais pretendem fechar vagas ao longo dos próximos 12 meses.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (8) pelo jornal Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, empresas como Coca-Cola, Boeing e American Airlines estão entre as que já anunciaram demissões nos últimos dias.
A Coca-Cola, por exemplo, anunciou em agosto programas de demissão voluntária e estima que gastará de de US$ 350 milhões a US$ 550 milhões com os desligamentos de funcionários.
Os investimentos, que poderiam gerar empregos, também estão comprometidos pela pandemia. A pesquisa mostrou que 40% dos cerca de 100 presidentes de empresas entrevistados afirmaram que devem cortar em mais de 10% os investimentos planejados anteriormente.
Especialistas destacam que a dinâmica do mercado e as relações de trabalho mudarão no pós-pandemia. Não somente devido à recessão econômica, que atinge o mundo todo. Mas também porque a crise sanitária acelerou mudanças que já estavam em curso, como intensificação do uso da tecnologia, que deve causar a eliminação de alguns postos de trabalho.
O sociólogo Clemente Ganz Lúcio, consultor de centrais sindicais, destacou em entrevista recente ao Vermelhoo isolamento e as dificuldades trazidas por esta nova dinâmica à luta por direitos trabalhistas.
“Há uma individualização, em que cada pessoa é uma unidade contratada por um vínculo jurídico com CNPJ, mas que, na realidade, significa uma relação de subordinação. O home office, todas as formas de teletrabalho ou trabalho por plataformas, retiram a pessoa de um local fixo e colocam esse trabalhador em casa ou no mundo. Identificar esse trabalhador, fazer contato, estabelecer uma relação é muito difícil”, comenta.
Fonte: Portal Vermelho