O Complexo Ford anunciou que quer reduzir em 20% o quadro de profissionais do setor Administrativo e, para isso, oferece um PDV (Plano de Demissão Voluntária) com valores muito abaixo do que o que foi aprovado e negociado com o Sindicato para o setor Operacional. A montadora quer implementar no ADM um PDV com critério de 0,41 de salários, com limite de 8 salários.
Para se ter uma ideia do abismo entre os dois modelos, por exemplo, um trabalhador do ADM que ingressou na empresa em 2002 que aderir ao PDV proposto pela Ford vai receber R$ 32 mil de indenização, enquanto um trabalhador do Operacional, com mesmo tempo de casa, recebe R$ 93 mil com o PDV negociado e aprovado pelo Sindicato. Uma diferença absurda que demonstra uma cruel discriminação com os trabalhadores.
Assim, a Ford tenta empurrar um PDV pronto, sem negociação com o Sindicato, que causa enorme prejuízo aos funcionários do ADM. Para o presidente do STIM Camaçari, Júlio Bonfim, o justo é aplicar ao ADM o mesmo modelo do Operacional, que foi aprovado e negociado. “Não tem sentido a implementação de um novo modelo de PDV se já há um pronto. Os trabalhadores do ADM não podem ser penalizados, com valores tão inferiores. Não aceitamos isso. O correto é utilizar o mesmo padrão que foi aplicado no Operacional”, explica Júlio Bonfim.
Por enquanto, a Ford mantém a intransigência e insiste em estabelecer de forma arbitrária e sem negociação um PDV que só prejudica o trabalhador. No caso do Operacional, o Sindicato conquistou faixas de valores de acordo com o salário, variando entre R$ 40 mil, R$ 80 mil e R$ 93 mil de indenização. “Vamos continuar insistindo para que a Ford reveja essa posição e adote o PDV do Operacional, para que os funcionários do ADM também contem com os mesmos valores negociados e aprovados pelo Sindicato”, destaca Júlio Bonfim.