Além de encerrar de forma súbita as atividades da fábrica e provocar com isso, a perda de milhares de empregos, a Ford ainda faz jogo sujo. Se por um lado, a empresa firma acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, através da mediação junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 5° Região (TRT-5),
com participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), de não demitir ninguém até o final das negociações sobre as indenizações dos trabalhadores, por outro lado busca anular judicialmente esse mesmo acordo. A Ford tem insistido através de ações na Justiça, reverter, por mais contraditório que seja, esses acordos já firmados, como consta nos autos do processo de Dissídio Coletivo a fim de retomada das atividades de produção de peças, e concessão da garantia do emprego e salários, por exemplo.
Seja através de agravo regimental contra o mandado de segurança no TRT-5 – que concede estabilidade de emprego durante a negociação – seja através de pedido de Correição Parcial no TST, a Ford vem agindo de forma a afrontar a própria justiça.
“Seja na mesa de negociação, ou através de seu departamento jurídico, com apoio inclusive das medidas levantadas pelo MPT, o Sindicato tem buscado celeridade na resolução do acordo de indenização para assegurar o mais rápido possível os direitos dos trabalhadores. Mas a Ford parece querer dificultar as negociações, colocando em risco todo um esforço em torno da construção de um acordo entre as partes. São desafios que temos enfrentado junto à montadora, mas que não diminuem a determinação e força dos dirigentes sindicais na mesa de negociação. Vamos seguir fortes. Essa é a nossa luta”, diz Júlio Bonfim, presidente do STIM Camaçari.