O valor mensal do auxílio emergencial de R$ 600 deve ser reduzido para R$ 300 com prorrogação do benefício por dois meses. Este é o número defendido pelo governo de Jair Bolsonaro, especialmente pela equipe econômica de Paulo Guedes.
Jair Bolsonaro confirmou que haveria prorrogação do pagamento por dois meses, mas não falou em valores. Segundo apuração de bastidores, no entanto, o valor de R$ 300 ganhou força nos cálculos do governo porque representa um meio termo entre as propostas que buscam garantir o pagamento do auxílio emergencial por mais um tempo, mas de forma que pese menos para os cofres públicos.
A equipe econômica também descarta prorrogação permanente, com a instituição de um programa de renda básica, pois considera o pagamento do auxílio de R$ 600 “caro”. O Ministério da Economia argumenta que o programa custa R$ 50 bilhões por mês, mais que o dobro do custo anual do Bolsa Família. Concordou com a prorrogação apenas para que o programa não termine de forma abrupta, no momento em que os trabalhadores ainda estão saindo da crise causada pela pandemia.
Vale lembrar que, inicialmente, Paulo Guedes defendeu um auxílio de R$ 200. O valor só aumentou graças ao Congresso Nacional. Reduzir o benefício a R$ 200 durante os dois meses de prorrogação também chegou a ser aventado por Guedes. Com o corte no valor, o custo mensal do programa cairia de R$ 50 bilhões para R$ 17 bilhões.
Qualquer diminuição na quantia, no entanto, enfrentará resistência no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já deu a senha. Ele disse na sexta-feira (5) que vê “risco” na redução do valor do benefício.
Maia disse ainda que existe consenso entre os deputados para manter a ajuda de R$ 600 por até três meses e cobrou do governo uma posição oficial a respeito da extensão do auxílio.“A gente entende a preocupação do governo”, disse Maia, referindo-se ao impacto que a medida teria no orçamento da União. “Mas gostaria de ter uma posição oficial. Que o governo encaminhe a matéria e possamos fazer um debate transparente”, disse.
O governo Jair Bolsonaro vem enfrentando dificuldades com o auxílio emergencial. O governo tem sido criticado pelas fraudes no programa identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por não conseguir fazer chegar o valor a todos que necessitam.
Enquanto prepara o calendário de pagamento da terceira parcela dos R$ 600, tem de concluir a análise cadastral de mais 11 milhões de pessoas que pediram o benefício mas ainda não receberam sequer a primeira parcela do auxílio.
Fonte: Portal Vermelho com informações do Correio Braziliense