Após o vazamento de um áudio que indica a atuação de um gabinete paralelo dentro do Ministério da Educação, as entidades estudantis pedem a saída do ministro Milton Ribeiro. Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) classificaram como “estarrecedora” a gravação em que Ribeiro admite beneficiar amigos de determinados pastores na liberação de verbas públicas do MEC, atendendo ordem direta do presidente da República.
Segundo as entidades, o MEC virou um “grande balcão de negócios” para reeleger Bolsonaro. “Trata-se do funcionamento de um gabinete paralelo, funcionando às margens da legalidade e sob critérios políticos e ideológicos nada republicanos”, afirmam. “No momento em que vivemos a maior crise da educação brasileira, quando milhares de jovens evadem das escolas e universidades e pós-graduandos padecem com nove anos de bolsas congeladas – realidade que exigiria do Ministro um grande esforço para reverter esse cenário –, vimos o ministério ser transformado num grande balcão de negócios a céu aberto para alimentar esquemas eleitorais do presidente“, grafam.
As entidades repudiam a “negociata” e cobram transparência no ministério. “Se antes, por não lutar por avanços na educação brasileira, já não reunia condições de seguir à frente do MEC, diante deste escândalo, o ministro perdeu todas as condições de permanecer no cargo”, apontam UNE, Ubes e ANPG. “É imperioso que o Congresso Nacional, em sua atividade de fiscalização do Executivo, e o Ministério Público Federal e autoridades judiciárias tomem providências para cessar esse descalabro.”
Fonte: Portal Vermelho, com informações da CartaCapital