O Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, mais do que uma data festiva, deve servir sempre como oportunidade de reflexão sobre a importância da luta da sociedade em garantir para as mulheres mais espaço no trabalho, na educação e na política. É necessário continuar avançando para combater o preconceito, a desigualdade, o assédio e a violência, temas que são tão sensíveis para a mulher.
O acesso e as condições no mercado de trabalho ainda continuam sendo um dos principais problemas. Os rendimentos das mulheres são em torno de 75% daquilo que ganha um homem não negro. Já as mulheres negras chegam a receber 47% da remuneração paga para um homem branco. E se a mulher em geral trabalha mais do que o homem e recebe menos, a situação piorou com a pandemia. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), no terceiro trimestre de 2021 a força de trabalho feminina era de 46,3 milhões, 1,1 milhão a menos do que no mesmo trimestre de 2019, quando somava 47,5 milhões.
No terceiro trimestre do ano passado, havia 1,106 milhão de mulheres a menos na força de trabalho em relação a igual período de 2019, chegando a um total de 46,398 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Ou seja, parcela expressiva de trabalhadoras saiu do mercado de trabalho durante a pandemia e ainda não havia retornado. Daquela redução, 925 mil eram trabalhadoras negras. A situação só fez piorar desde a reforma trabalhista de Temer, que aumentou o desemprego e precarizou as condições de trabalho.
Para Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, é necessária uma grande revisão das medidas adotadas com a reforma trabalhista e uma profunda mudança de prática pública para estimular a contratação de mulheres, com salários no mesmo patamar dos homens, para diminuir esse abismo salarial. Isso, claro, passa pelas eleições deste ano. É preciso mudar o rumo do país.