Um ano se passou desde que a Ford, de forma inesperada, anunciou o fechamento da unidade de Camaçari, após 20 anos de operação na cidade. Desde então, um rastro de desemprego marca a situação de milhares de trabalhadores que foram demitidos, boa parte sem conseguir retornar ainda ao mercado de trabalho, numa situação dramática.
Só na montadora foram perdidos cerca de 12 mil empregos, fora o impacto direto e indireto em milhares de vagas de trabalho que também foram fechadas na cidade e região metropolitana de Salvador devido ao fim das operações da Ford, em efeito dominó.
O prejuízo na economia também é devastador. Só a perda na arrecadação municipal é de 50 milhões por ano. Já o Estado deixa de receber R$ 280 milhões em tributos.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, que durante toda a crise na economia e na pandemia buscou diversos acordos e alternativas para continuar mantendo a empregabilidade na empresa, inclusive com acordos de dois anos que preservavam os ganhos dos trabalhadores, foi pego de surpresa com o fechamento da unidade. E desde logo empenhou-se em reverter a decisão na mesa de negociação com a montadora, o que não foi afinal possível. Depois, buscou todos os meios para que o fechamento de um acordo de indenização que pelo menos garantisse os direitos e interesses dos trabalhadores da Ford e das empresas sistemistas, além de viabilizar cursos de qualificação profissional em várias áreas para estimular e facilitar a reinserção no mercado de trabalho.
Sindicato busca viabilizar nova empresa para ocupar parque industrial
O Sindicato, que faz parte do comitê criado para buscar soluções para os problemas criados com a saída da Ford, mantém desde então diálogo com diversos setores e o governo do Estado para buscar viabilizar a chegada de novas empresas interessadas em ocupar o parque industrial deixado pela Ford e recuperar os milhares de empregos perdidos, retornando com a geração de renda pra toda a cidade.
“Estamos trabalhando insistentemente para que esse espaço seja ocupado novamente por uma grande empresa, para trazermos novamente tempo de emprego e prosperidade para o trabalhador”, explica Júlio Bonfim, pres. do STIM Camaçari.