Prestes a ser extinto pelo governo Jair Bolsonaro, o auxílio emergencial é única fonte de renda para 36% das famílias que já receberam o benefício. É o que aponta pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (21).
Conforme o instituto, o índice já chegou a ser de 44% em agosto, mas caiu em virtude da retomada gradual da economia. Além disso, como Bolsonaro reduziu o valor mensal do auxílio à metade – de R$ 600 para R$ 300 –, muitos beneficiários buscaram outras fontes de renda.
Para os beneficiários, o principal efeito da redução do auxílio foi cortar gastos. Conforme a pesquisa, 75% dos beneficiários diminuíra a compra de alimentos, 65% cortaram despesas com remédios, 57% reduziram o consumo de água, luz e gás e 55% deixaram de pagar as contas da casa. Mais da metade dos beneficiários também reduziu os gastos com transporte (52%) e/ou parou de pagar escola ou faculdade (51%).
Segundo a pesquisa, 39% dos entrevistados pediram o auxílio emergencial e 81% desses pedidos foram atendidos. Dados do governo mostram que o benefício alcançou quase 70 milhões de brasileiros. Ainda de acordo com a pesquisa, o percentual de pessoas que perderam renda por causa da pandemia era de 46% em agosto, número que caiu para 42% dos entrevistados em dezembro.
Entre os que receberam o benefício emergencial, a parcela daqueles que sofreram uma redução de renda caiu de 60% em agosto para 51% em dezembro. São pessoas que, mesmo com o auxílio, não evitaram um impacto negativo sobre sua renda.
O Datafolha ouviu 2.016 pessoas, por telefone, de 8 a 10 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Fonte: CTB, com informações da Folha de S.Paulo